Segundo a pesquisadora Luisa Paraguai, o cheiro serve como mapeamento urbano, permitindo-se a criação de núcleos de reconhecimento da cultura
Em 2018, o grupo MidCid tem a proposta de discutir a temática "A Cidade depois do Fim do Mundo" |
"Smellscapes:
geografias alternativas urbanas", esse foi o tema da reunião do Grupo de
Pesquisa Mídia, Cidade e Práticas Socioculturais (MidCid), realizada na última
segunda-feira, 23 de abril. A exposição do assunto ficou por conta da Professora
Doutora Luisa Paraguai, do Programa de Pós-Graduação em Linguagens, Mídia e
Arte da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Professora Doutora Luisa Paraguai |
Luisa
Paraguai trouxe como discussão a possibilidade de entender a cidade a partir do
olfato. Para ela, esse sentido permite pensar tanto na ordenação dos centros
urbanos quanto na forma em que as relações sociais e de poder se organizam
culturalmente.
Ela
lembra, historicamente, que o olfato passa a ser silenciado na época de
transição da Idade Média para a Modernidade. Apesar do fato das cidades
cheirarem mal, as pessoas não se importavam por já estarem acostumadas. Mas,
desde o momento em que o odor é associado a questões de saúde pública, ele começa,
então, a ser monitorado. "Pensam em alocar os lugares, como os hospitais,
em regiões onde pudessem controlar o cheiro", comenta. É dessa ideia
também o sentido de definir classe social em: "os pobres cheiram ruim e os
ricos aromatizam o espaço em que se encontram", expõe a professora, mestre
e doutora em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, além de
ter pós-doutorado no Planetary Collegium, Nuova Accademia di Belle Arti NABA,
em Milão.
Na
reunião, a convidada também falou sobre a experiência profissional, apresentou
os teóricos que dão sustentação a sua pesquisa e mencionou a intenção de levar
seus estudos para uma abordagem prática.
Os
encontros de 2018 do grupo têm a proposta de discutir a “A Cidade depois do Fim
do Mundo”, ou seja, refletir a cidade em outro viés. A próxima reunião está
marcada para 21 de maio.
Texto: Jennifer Lucchesi
Fotos: Felipe Parra
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